terça-feira, 9 de agosto de 2011

Diversidade de Cheliceriformes



Os Cheliceriformes são um filo muito comum e diverso. Eles terão seu Bauplan discutido em outro lugar, nesse texto discutiremos a diversidade dentro deste filo.

Esta é a filogenia usada neste site:


Mas isso não é também unanimidade. As filogenais são sempre revistas, rediscutidas e reformuladas. Uma desses garndes mudanças foi a criaçaõ do grupo merostomata, tirando Eurypterida de Arachnida (próximos aos atuais escorpiões) e colocando próximo a Xyphosura.


Pycnogonida


Os Cheliceriformes eram normalmente associados ao nome Chelicerata. Mas um representante deste filo, os Pycnogonida, não são deste grupo Chelicerata, mas são próximos, sendo assim incluído o grupo dos Cheliceriformes. Os Pycnognida são todos marinhos e são conhecidos como aranhas-do-mar. São bem difundidos e habitam do trópico aos pólos.

Eles principalmente diferem dos outros Cheliceriformes por não possuir opistossoma. Eles por isso são muito reduzidos normalmente embora possam chegar a tamanhos consideráveis em umas espécies. Eles possuem dois pares de ocelos medianos. Houve uma redução nos olhos laterais compostos. Alguns fósseis do Devoniano apresentam abdômen segmentado e é possível ver um vestígio abdominal.

Eles possuem uma probóscide tubular que se projeta do céfalo e possuem uma boca na extremidade distal, que chega a alcançar metade do comprimento do corpo. Os Pycnogonida, por pertencer aos Cheliceriformes, apresentam quelíceras e possuem também pedipalpos. As quelíceras manipulam o alimento, e os palpos são sensoriais. Eles apresentam pernas ovígeras que servem para transportar e fixar a massa de ovos. Estas pernas ovígeras são predominantes em machos, pois eles carregam os ovos depois das fêmeas depositarem. Além disso, podem servir pra autolimpeza. Elas possuem múltiplos gonóporos. Sua fertilização é externa.

Seus apêndices possuem 9 ou 8 artículos que podem se alongar muito. Em geral, os Pycnogonida são carnívoros e se alimentam de animais como hidróides. A probóscide é introduzida na presa para sugar seus tecidos. O animal provavelmente mastiga e filtra pela sua faringe. As glândulas de cimento nos fêmures dos machos seguram uma massa de até 1000 ovos esfericamente. Algumas espécies podem ter aberrações de possuir mais pares de pernas, existindo Pycnogonida de 5 e até 6 pares de pernas.

Figura 1 - Ammothea hilgendorfi, Pcynogonida encontarda na Califórnia


Arachinida



Os Cheliceriformes eram muito mais conhecidos por Chelicerata. Este grupo, também chamado de Eucheliceriformes apresenta Aracnida como grupo-irmão de Merostomata.

Arachnida represnta muito a diversidade dos Cheliceriformes. São, depois de Atelocerata, o grupo mais diverso em Arthropoda. Normalmente associam este grupo à aranhas, mas há vários outros grupos como escorpiões, opiliões e ácaros, que são bem abundantes também. Seu hábitat é predomiannte terrestre, sendo assim, bem adaptados a esse terreno. Essa conquista, independente dos Unirramia à terra firme, foi muito útil para a grande diversidade desse grupo sendo a irradiação evolutiva dos aracnídeos dependente da vida terrestre. Diferente de Xyphosura, os aracnídeos adiquiriram medidas para sobreviver a esse novo e mais hostil hábitat. As medidas variam de intensificar a respiração sem brânquias até a conservação da água. Uma epicutícula cerosa diminui a transpiração e garantiu que eles alcançassem ambientes hostis como desertos.

A respiração se mostrou efetiva pelo surgimento de pulmões foliáceos, uma mudança das brânquais foliáceas. Também surgem traqueias ligando esse sistema respiratório, e ele não é homólogo às traqueias de Tracheata. A excreção se dá por ácido úrico de Túbulos de Malpighi, talvez também não homólogos aos outros, outra adaptação à vida terrestre. Os apêndices também se mostraram muito úteis para se locomover em terra firme. É também de se denotar que caracerísticas muito específicas e úteis na sobrevivência surgiram independentemente em vários grupos como a pordução de seda para teias e venenos.

Seu tagma é dividido em prossoma e um opistossoma. O opistossoma possuem 12 segemntos. Surgem também pedipalpos e quelíceras. As quelíceras queladas são usadas para alimentação e defesa. Em alguns grupos possuem veneno ou fazem teia. O pedipalpo varia muito e pode ser raptorial, locomotora, sensorial ou reprodutiva. Os apêndices locomotores possuem gnatobases. A divisão entre prossoma e opistossoma pode ser vestigial ou bem pronunciado em um pecíolo. A maioria é carnívora e sua alimentação se dá com as enzimas gástricas extrapolando-se e digerindo externamente, já que o trato digestivo só digere líquidos. A excreção é ajudada por glândulas coxais herdadas de ancestrais aquáticos.

Em Cheliceriformes é notada a uma ausência de um deutocérebro, porém, isso não influencia a extrema capacidade sensorial obtida em Arachnida. Uma dessas capacidades é a função do tricobótrio. Ele é constituido de cerdas muito sensíveis ligadas à movimentação do ar e permite identificar presas mesmo sem visão. Visão esta muito favorecida pela diversidade de olhos deste grupo, permitindo um alcance visual com uma grande amplitude. Eles possuem olhos simples, compostos, medianos e laterais.

Dentro deste grupo há muitas ordens famosas e bem diversificadas.


Scorpiones


A figura dos escorpiões é muito associado ao perigo. Sempre alertados sobre o veneno letal, muitas pessoas aprenderam a temê-los, mas não conhecê-los. Entretanto, apenas 25 espécies são letais ao homem, mas quando são porduzem muitas mortes e rapidamente. A principal caracterísitica que distingue o grupo é o seu aguilhão venenoso no seu abdômen. Muitos os ligavam aos Eurypterida, os escorpiões-do-mar, extintos, porém, as novas filogenias o não comprovam mais. Entretanto, eles possuem semelhanças morfológicas que não forma mais vistas nos outros quelicerados, o que ainda gera discussões sobre a filogenia do grupo.

Uma dessas característcas é um abdômen dividido em mesossoma e metassoma. O mesossoma é praticamente fundido ao prossoma e o metassoma é fino, multissegmentado e alongado. No seu extremo há um aguilhão que contém veneno. Os apêndices ficam no opistossoma, alguns destes - os pedipalpos - são bem característicos. Eles são bem visíveis, grandes e quelados. Os escorpiões o usam para manipular os alimentos, capturar e fixar inimigos ou na fecundação. Em contraste a estes pedipalpos estão as quelíceras, que em Scorpiones são muito reduzidas, embora também sejam queladas. Os escorpiões são, em sua maioria, noturnos e usam por exemplo, pentes sensoriais dispostos na região ventral para a sensibilidade.

Os escorpiões são um belo exemplo da conquista do ambiente terrestre dos quelicerados. Sua resistência à perda de água garantiu com que estes dominassem e se difundissem em ambientes muito hostis ocmo desertos, sendo ali o ápice da diversidade da ordem. O hábitat desértico não lembra nada o ancestral comum de Chelicerata, que era marinho. Na adaptação, surgiram pulmões foliáceos que se abrem em espiráculos. O hábito noturno é essencial para essa adaptação, pois ao fugir do sol forte, se evita um cuidado excessivo contra a perda de água e isso foi essencial à conquista de ambientes desérticos.

Eles são predadores exemplares; identificam a presa pela visão, ou tricobótrios, ou os pentes ou os pedipalpos sensíveis. Suas quelíceras e gantobases dilaceram a presa. A taxa metabólica dos escorpiões é muito baixa, o que permite-o sobreviver por muito tempo sem comida, além de não precisar beber água. A fecundação é interna, e a corte do escorpião é complexa. É notável o cuidado parental da fêmea aos recém-nascidos. Isto talvez seja associado ao fato do escorpião, diferentemente dos outros artrópodes, ser vivíparo.


Figura 2 - Escorpião habitante de deserto.


Pseudoscorpiones


Pseudoescorpiões são animais bem comuns, embora não observados por serem pequenos. Eles são achados quando observa-se a serrapilheira com mais detalhamento. Externamente eles são muito similares aos escorpiões, mas apresentam várias diferenças, o que dá o nome ao grupo de “falsos” escorpiões. O corpo pequeno permite que eles passem despercebidos de predadores e até possuirem foresia, uma capacidade interessante que permite ao animal se prender às pernas de insetos maiores com seus pedipalpos e voar com eles de carona.

A principal diferença entre eles e os escorpiões é que seu opistossoma não é dividido em metassoma e prossoma. Logo, não possuem uma parte do abdômen fina e bem separada, o que é a principal característica do escorpião. Eles também não alcançam o tamanho comum dos escorpiões, que são grandes, e se restringem a tamanhos menores. Em verdade, o que fez este grupo ser denominado escorpiões foi a presença de pedipalpos muito pronunciados. Esses proeminentes palpos tem referencial em escorpiões, sendo muito similares externamente ao que deu a aparência de escorpiões a eles. Entretanto trata-se de uma aparência apenas exterior, pois os tipos de palpos são muito diversos. A principal divergência entre os pedipalpos é que em Pseudoscorpiones eles são venenosos, tendo o papel que era atribuído ao aguilhão venenoso do escorpião no seu abdômen.

Esta é uma ordem que exemplifica bem que a evolução não segue a mesma linha, não segue uma lógica. O veneno, que é uma característica presente em Cheliceriformes, surge em pelo menos 3 órgãos bem distintos. Ou seja, se um animal possui veneno em uma parte do corpo, não necessariamente todos do mesmo grupo deverão possuir veneno na mesma parte, mesmo que eles sejam visualmente muito parecidos. Outra prova disso, analisando Pseudoscorpiones, é que esses animais produzem teia. Contudo, eles não produzem em fiandeiras no tronco como as aranhas, mas sim nas suas quelíceras queladas. Isto mostra outra expressão marcante de Arachnida em lugares diferentes como veneno e teia, talvez assim provando sua não homologia dentro dos aracnídeos.


Figura 3 - Pseudoescorpião mexicano


Opiliones


Opiliões são aracnídeos peculiares com grande abrangência de distribuição. Eles são conhecidos em alguns países como harvestman (colhedor) por ter uma explosão populacional todo outono, coincidente com a época da colheita e por alguns táxons terem pedipalpos raptoriais em forma de foice. Muitas culturas associaram lendas da fertilidade da colheita aos opiliões.

Sua característica fundamental são suas pernas muito alongadas e peculiares. Muitos os associavam a algumas aranhas venenosas com pernas longas, mas eles são bem diferentes. E a principal diferença entre é que opiliões não tem uma divisão aparente entre prossoma e opistossoma. Eles são unidos e recobertos com uma carapaça dando a eles uma forma oval. Junto com seus apêndices muito longos em relação ao corpo, é comum associar a imagem aos opiliões.

Eles são aracnídeos que não compartilham muitas estratégias adquiridas pelos outros aracnídeos independentemente, como a produção de seda ou toxinas. (Isto também é um indício da não linearidade da evolução pois não só porque ele é um aracnídeo ele tem que desenvolver essas estratégias, mesmo que os outros do seu grupo tenham desenvolvido independentemente). Estas ausências, similares ao plano estrutural, foram também responsáveis para se repensar na não homologia entre essas peculiaridades de diverentes aracnídeos.

Seus apêndices muito longos são muito úteis por ao andar sobre a serrapilheira, com terrenos diversos e irregulares, essas longas pernas são capazes de dar ao animal mais estabilidade na locomoção. Isto atribui ao animal uma forma melhor para locomover-se em terrenos muito desiguais, dando a eles mais rapidez - quando necessário - e gerando uma vantagem evolutiva. Seu tamanho se dá por um traso multissegmentado, possuidor de centenas de artículos. Eles usam esse tarso em forma de chicote até para se enrolar em caules e permitir que escalem mais facilmente. Seus apêndices são usados também com funções sensoriais, principalemnte o segundo par de pernas, que funcionam como antenas, sendo muito mais longos e se pondo para a frente com funções táctil e sensorial. Algumas máquinas que têm que se moviementar em terrenos muito irregulares adotam um padrão físico semelhante aos opiliões. A NASA, por exemplo, já estudou a forma de locomoçaõ de opiliões para adaptar aos robôs que vão a planetas ou satélites com terreno muito irregular.

A autotomia (perda voluntária) de apêndices é uma estratégia observével em opiliões para a defesa, mas não apresentam regeneração. Para a defesa se observa também a presença de glândulas repugnatórias com um odor amargo. Eles não mordem, mas são capazes de ingerir partículas sólidas pela ausência de uma faringe filtradora. Eles, tal qual os ácaros, apresentam um pênis distinto para fecundação direta que acontece sem corte elaborada e é depositado na fecundaçaõ nas quelíceras da fêmea. É notável em alguns opiliões o cuidado parental excessivo, levando em casos até a morte dos pais. Como também contestador de linearidade evolutiva, novos estudops apontam que as traqueias de Opiliones pode não ser homóloga às outras traqueias de Arachnida, sendo assim, mas uma convergência inetressante dos aracnídeos.


Figura 4 - Opilião tropical


Acari


Acari representa muitos araquinídeos viventes, mas sua diversidade é muito subestimada. Os Acari, por seu tamanho geralmente muito reduzido, muitas vezes se passam desapercebidos. Muitos ectoparasitas específicos de certas espécies passam muito tempo sem sequer serem notados. E alguns deles, muito modificados, habitam na nossa pele (os “cravos”). Sua diversidade estimada é muito menor do que a catalogada até na mais conservadora das hipóteses. Eles também são um importante fator do “plâncton aéreo”, pequenos aniamis que são levados pelo vento e estão no ar que respiramos. Isto os deixa com ampla distribuição. Muitos ácaros são cosmopolitas.

O estudo deles é muito útil ao homem pois muitos são parasitas nossos, de animais domésticos, de plantas. Alguns são vetores de doenças letais como o carrapato-estrela, e o vetor do tifo, ou são grandes porblemas de sáude como as sarnas. Pesquisas apontam surtos de doenças pulmonares como bronquite com a superpopulação de ácaros em roupas de cama e travesseiros.

Seu corpo também é facilmente reconhecido pois não há uma segmentação igual aos outros Arachnida. Eles possuem um prossoma que é a fusão do prossoma com o opistossoma e um gnatossoma que é a região das quelíceras e dos pedipalpos. A parte do gnatossoma é a responsável pela alimentação, os apêndices cefálicos proeminentes.

Pequenos, podem habitar lugares tão pequenas cmo a glândula sebácea do homem até razoalvelemnte grandes como carrapatos. Há a presença de cerdas sensoriais pelo corpo. Eles também são os Arachnida com mais diversidade aquática, tanto marinha como dulcícola. Diferentes gnatossomas aparecem para diferentes dietas.


Figura 5 - Carrapato-estrela fêmea, Amblyomma americanum



Araneae


Em Cheliceriformes, o grupo mais lembrado com certeza é Araneae. Os indivíduos deste grupo são muito comuns e facilmente vistos em qualquer lugar do mundo (exceto a Antártida). Muitos temem as aranhas por algumas serem letais ao homem, e as suas teias peculiares são facilmente reconhecidas. A formação de seda bem estruturada é a principal característica que permitiu a grande diversidade das aranhas.

A formação de teia está para a radiação das aranhas como o vôo está para a dos insetos. Aliás, um dos grandes fatores do sucesso da teia é o voo dos insetos. Com os insetos alçando vôo, eles escapam de muitos predadores. A teia conseguia fazer algo inovador, capturar os insetos nesse novo hábitat, os céus, até então protegidos. As teias dão às aranhas, que são praticamente todas carnívoras, a capacidade de se alimentar de muitos animas que estavam imunes aos outros predadores. As teias são confeccionadas de forma padronizada e até é usada para a diferenciação de espécies. Elas seguem um mesmo padrão de construção mas podem divergir de agordo coma função,a presa em potencial e até a portadora. Nem todas as aranhas tecem teias de armadilha como as cursórias (Tarântula). Elas usam outros métodos de captura como o uso da força, veneno, rapidez e até cerdas urticantes para a defesa.

Mas não só de armadilhas raptoriais servem as teias das aranhas. Elas são usadas para diversas funções vitais como reprodução, pois, além de fazer seus ninhos, os ovos são dispostos em um ovissaco protegido; provavelemnte essa era a função primordial dela. Elas são usadas para auxiliar a movimentação das aranhas vencendo obstáculos como distâncias entre árvores e até é observado o transporte de aranhas pelo vento usando a teia como auxiliadora; essa técnica chamada de balonismo é muito usado por filhotes. Isto favoreceu muito a dispersão das aranhas e corroborou para a grande irradiação deste grupo. Estas teias são produzidas por glândulas específicas localizadas no abdômen denominadas fiandeiras. A seda é uma mistura de glicina, alanina e serina e dá a ela mais resistência do que o náilon, só que de forma mais elástica. Outra função é o fio-guia que permite que aranhas impulsionem seu quarto par de apêndices locomotores e pulem grandes distâncias para capturar presas e ficarem seguras e suspensas por um fio que funciona como um “bungee jump”. Devemos lembrar que a produção de seda não é exclusividade das aranhas e nem sequer é única entre os Cheliceriformes.

As aranhas são reconhecidas por ter a divisão entre o prossoma e o opistossoma muito bem marcado por um pecíolo muito constritor. Isto permite que o opistossoma se movimente de forma independente do prossoma. Este é caracterizado pela ausência de uma segmentação externa aparente e ser recoberto por uma carapaça. No prossoma, as aranhas possuem quelíceras bem desenvolvidas.

As quelíceras em Araneae são muito mais desenvolvidas que em outros grupos de Cheliceriformes e elas contém veneno. O veneno não é exclusivo das aranhas, mas a presença dele sendo injetado em quelíceras é. Muitos desses venenos são apenas substâncias químicas digestivas que auxiliam a digestão externa dos tecidos pois o trato digestivo das aranhas não aceita partículas sólidas. Mas alguns venenos são neurotóxicos e podem causar grandes danos. Elas podem ser paraxiais (se movimentando horizontalmente) ou paralelodontes (se movimentando verticalmente).

As aranhas também possuem pedipalpos sensoriais. Eles são muito úteis, pois algumas aranhas não posssuem boa visão ou são ativas a noite e esses pedipalpos sensoriais são muito efetivos para detectar vibrações na teia formada por presas. Os pedipalpos são usados para a transferência indireta de espermatozóide às fêmeas. É conhecido hábitos de reproduçaõ de aranhas peculaires. Um caso é a viúva negra, que mata e ingere o macho após a cópula, ou de aranhas que se entregam aos filhotes como primeiro alimento, se sacrificando para a sobrevivência da espécie. Elas possuem opérculos genitais com cortes bem definidos.

É também marcante a presença de oito olhos (podem haver regressões). O campo de visão obtido com esses 8 olhos dispostos separadamente alcançam uma amplitude muito grande. Isto auxilia muito o hábito predatório e até a defesa. Se observa também claramente a presença dos pulmões foliáceos. Eles são responsáveis pela conquista do ambiente terrestre em Cheliceriformes e se mostram bem dispostos em Araneae e são visualmente distintas as traqueias de aranhas abertas em um único espiráculo, não homólogo aos de insetos (e talvez até de outros quelicerados).


Figura 6 - Vívua-negra em sua teia

Há também alguns grupos menores em Arachnida. Sua distribuição não é muito ampla nem comum, mas são essenciais para se estudar a filogenia de Cheliceriformes de forma completa. Um desses é Uropygi, que são Cheliceriformes que projetam substâncias repugnatórias quimicamente similares ao vinagre usual (aquele que ingerimos). Há também Amblypygi próximo às aranhas mas com pedipalpos raptoriais desenvolvidos. Também existem os Palpigradi que apresentam muitas reduções para viver em ambientes intersticais. Existem também Solifugae, com quelíceras muito desenvolvidas e grande velocidade, e Ricinulei com pedipalpos queldos habitando cavernas.

Figura 7 - Escorpião-Vinagre, Uropygi


Xyphosura


Como grupo-irmão de Aranea, existem os Merostomata. Eles incluem os Xyphosura e os Eurypterida. São caracterizados por possuírem um télson muito alongado e brânquias características.

OS Xyphosura são os maiores Cheliceriformes vivos, alcançando até 75 centímetros e são mais conhecidos como Caranguejos-Ferradura, embora não seja crustáceo, ou Límulos. O hábitat deles é marinho, e isso faz com que o estudo filogenético dele seja essencial para entender como se deu a filogenia dos Cheliceriata em geral. Eles estão presentes no registro fóssil desde o Siluriano e apresentam grande importância em faunas pretéritas, mas hoje seu número é bem reduzido quando comparado ao registro paleontológico.

Embora possuam hábito marinho, é observado em Xyphosura um caráter de vida anfíbia. Eles conseguem, em certos momentos da vida, se deslocar por sobre a terra firme e desovar na praia. Esta ida à terra firme não levou à grandes mudanças (explicado pela evolução não linear e obrigatória) e eles sofrem diversas deficiências. Embora não seja uma vida anfíbia totalemnte adaptável, é considerado sim, um dos principais animais a ser estudado para analisar a conquista do ambiente terrestre. Novas teorias indicam que a conquista do ambiente terrestre nos artrópodes se deu de forma muito similar ao observado em Xyphosura, a desova em fases da vida para evitar predação do hostil ambiente marinho. Embora a fecundação seja externa, diferentemente da maioria dos artrópodes. A conquista do ambiente terrestre se deu várias vezes e uma delas, a dos Xyphosuras devem ser observadas com muita atenção por proeservar caracterísiticas similares a teorias do inicio de outras. A respiração que faz o animal sobreviver em terra firme depende em parte das brânquais foliáceas presentes numa câmara branquial que se especializaram, de certa forma, a suportar um pouco a fuga da água. Estas brânquias foliáceas juntas possuem até 2 m² de superfície para trocas gasosas.

Eles apresentam uma carapaça muito evidente. Associam a sua forma ao modo de se enfiar no sendimento e à proteção. Outra característica que evidencia à proteção, além da desova em terra firme, é a alta quantidade de toxinas em seus tecidos. Ela recobre um opistossoma e um abdômen que são bem separados. Suas quelíceras são queladas tal qual os apêndices locomotores, menos o sexto. Apresentam também um longo espinho caudal na parte posterior do abdômen como também portam espinhos laterais no opistossoma. Os segmentos pré-abdominais são fundidos. Seu estômago consegue tratar alimentos sólidos. Alinha ventral forma um canal sobre o qual o alimento triturado chega à boca. O alimento é triturado por gnatobases em apêndices locomotores da mesma forma que em Trilobitomorpha. As relações com Trilobitomorphas são evidentes. A larva que emerge do ovo é denominada larva trilobita, tamanha semelhança morfológica.

Seu celoma é vestigial, e a cavidade do corpo presente é a hemocele. Seu sangue contém hemocianina presente e é por isso muito usado para estudos fisiológicos sobre o funcionamento do sangue. Ele é muito usado em estudos fisiológicas também, pois seus olhos compostos são muito simples e provavelmente não formam imagem, mas apenas detectam movimento, e são usados em estudos sobre as relações neurais da resposta aos omatídeos.



Figura 8 - Caranguejos-ferradura habitando o litoral da Califórnia


Eurypterida


Os Eurypterida são um grupo muito surpreendente. Alguns fósseis estimam que eles possam ser (algumas espécies) os maiores artrópodes que já existiu tomando o comprimento de até 3 metros. Eles são considerados os Escorpiões-do-mar e sumiram no registro fóssil indicando que eles viveram do Ordoviciano até o Permiano, padecendo na grande extinção em massa que antecedeu o Triássico.

Como carcterística marcante, seu opistossoma é dividido em mesossoma e metassoma como os escorpiões atuais, o que deu nome ao grupo. A ligação com os atuais escorpiões é defendida por algumas pessoas, mas as filogenais atuais negam essa ligação fazendo essa divisão do opistossoma convergência. Seu cefalotórax é menor do que o abdômen geralmente.

Eles possuem apêndices natatórios auxiliares que auxiliavam seu transporte no meio marinho, embora hajam suspeitas de que esses animais tinham uma vida anfíbia tal qual os Xyphosura. Apêndices modificados poderiam auxiliar que esses animais se arrastassem até a praia e desovassem. Eles apresentavam quelíceras também. Os segmentos abdominais não são fundidos e é marcante o pré-abdômen com 7 segmentos e um pós-abdômen com 5.

Eles possuem 5 pares de brânquias foliáceas, mas não tem opérculo genital. Há teorias que o espinho caudal do pós-abdômen tenha sido venenoso tal qual os modernos escorpiões. Alguns deles são descobertos em assembléias de fósseis o que pode indicar uam vida social ou em conjunto, tal fato já discutido em Trilobitomorpha.


Figura 9 - Fóssil de Eurypterida conservado




Figura 1 - http://nathistoc.bio.uci.edu/Pycnogonida/Ammothea.htm

Figura 2 - http://amandoanimais.blogspot.com/2010/12/escorpiao.html

Figura 3 - http://www.arachnologyatjunction.com/10.html

Figura 4 - http://ecologia.ib.usp.br/opilio/fotos/harvestmen/foto035.html

Figura 5 - Dr. Amanda Loftis, Dr. William Nicholson, Dr. Will Reeves, Dr. Chris Paddock

http://www.osasco.sp.gov.br/ccz/fauna-carrapatos.html

Figura 6 - http://www.sempreantenados.com/animais/viuva-negra

Figura 7- http://aboutgecko.com/aboutgecko/whip-scorpion-or-theliphonyda/

Figura 8 - http://scienceblogs.com.br/bessa/2011/01/a_caranguejo_ferradura_adltera.php

Figura 9 - http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mixopterus_kiaeri.JPG











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